Fernando Deluqui lança disco solo e avalia momento no RPM: "Hoje conseguimos controlar nossos egos"
Além da carreira solo, Deluqui também apresenta o programa de viagens DeluquiNau
O guitarrista do RPM, Fernando Deluqui, acaba de lançar o EP Nau. As músicas que compõem o projeto foram todas feitas pelo músico, que chegou a apresentá-las para sua banda, mas teve o material rejeitado pelos líderes Paulo Ricardo e Luis Schiavon.
— Eles queriam colocar ideias próprias nas composições e discordei. Luis e Paulo são muito reservados quanto a isso. Os dois não permitem músicas que não contenham participações deles. Por isso resolvi guardar o material e gravar sozinho.
O projeto é fruto de anos de trabalho. Segundo Fernando, sua forma de compor é bem descompromissada e ele não costuma ter pressa para finalizar as canções.
— Às vezes fico um ano sem compor. É tudo bem imprevisível. E também teve o caso de a banda impedir os integrantes de se envolverem em trabalhos solos entre 2011 e 2013. Por isso só retomei o disco em 2014. Mas a ideia do disco começou mesmo em 2010.
As cinco faixas do CD foram produzidas por Tadeu Patolla e Lampadinha, que já trabalharam com Charlie Brown Jr, CPM 22 e Biquini Cavadão. O resultado é uma sonoridade com influências de new wave, pós punk e até de new metal.
— Minha ideia era soar bem radiofônico, como dá para notar na primeira música de trabalho, Dançarina. Sem tocar na rádio o artista não existe, mesmo com a força atual da internet.
Esse não é o primeiro projeto solo de Fernando Deluqui. Ele já lançou um CD homônimo em(2000) e também Ouro do Gueto (2002), Delux (2007) e Jardim Secreto (2009).
Além da carreira solo, Deluqui também apresenta o programa de viagens DeluquiNau, na Play TV. Para o músico, o momento maduro do RPM permite que ele possa se aventurar em funções paralelas à banda.
— Hoje conseguimos administrar melhor nossos egos e não brigamos como antes. Também temos consciência do carinho que os fãs tem pelo RPM. Por isso não vamos mais nos separar como das outras vezes. Até porque não dá para negar que o retorno financeiro desses novos shows tem sido ótimo.
Antes da nova volta, em 2011, a formação original do RPM já havia anunciado o fim em duas oportunidades: em 1989, após o grupo chegar ao auge, e em 2004, após se reunir para gravar um especial para a MTV.
— Da segunda vez, nos desentendemos porque eu queria que o RPM fizesse um disco mais oitentista e eles estavam afins de apostar em coisas modernas. Cada um foi para o seu lado. Já a primeira separação, todo mundo sabe o que rolou, não vou mais falar a respeito. Mas aquela época foi maravilhosa. A única coisa que eu não curtia era encarar o perfil de galã. Isso era mais com o Paulo.