Paulo Ricardo: "O grande desafio é permanecer relevante e inquieto com o passar dos anos"

"Os grandes sucessos têm vida própria. E, como seres mitológicos, podem nos devorar se não os fizermos".

Eles foram, voltaram, brigaram, passaram por um momento de reconstrução e, (Bem) mais maduros e prospectando novos públicos, o RPM passou por cima de "gente ruim, como há em todos os meios" para consolidar essa última volta, diz o descontraído Paulo Ricardo... e nunca estivemos "tão bem".


Zero Hora – Vocês fizeram e desfizeram a parceria mais de uma vez. E você já disse que foi o especial Por toda a minha vida , da Globo, que uniu a banda novamente. Teve algum momento em especial que tocou você? E quem teve a iniciativa de juntar todo mundo? Como foi?

Paulo Ricardo – O processo todo de reviver aquilo através de longas entrevistas foi nos dando uma nova perspectiva, mas o grande momento foi assistir ao programa no ar, como qualquer pessoa. Foi muito forte nos ver ali, daquela maneira. Mas não houve uma "iniciativa de juntar todo mundo". Um dia o Schiavon me chamou pra almoçar e a coisa foi acontecendo naturalmente.

ZH – A relação de vocês está fluindo bem? Houve algum obstáculo decisivo superado para essa volta?

Paulo Ricardo – Houve sim. Gente ruim, como há em todos os meios. Mas só nos tornaram mais fortes e mais unidos. Os cães ladram e a caravana passa. Nunca estivemos tão bem.

ZH – Como vocês conciliam agradar o público do RPM anos 1980 e prospectar novos fãs na era do download?

Paulo Ricardo – Não há esse tipo de elucubração. Claro que estamos atentos às novas tecnologias e a seus desdobramentos, mas isso não afeta a essência do que fazemos.Basicamente, ainda compomos da mesma forma, e depois pensamos num show o mais impactante possível para mostrar aquelas canções ao vivo. O grande desafio é permanecer relevante e inquieto com o passar dos anos.

ZH – Tem alguma música que vocês não toquem? Porque, sei lá, encheu a paciência? Ou a relação de vocês com os grandes sucessos é de carinho incondicional?

Paulo Ricardo – Os grandes sucessos têm vida própria. E, como seres mitológicos, podem nos devorar se não os fizermos (risos) .

Fonte:Zero Hora