De volta para o Futuro com Luiz Schiavon

Delorean na Garagem do Luiz Schiavon

Para criar a máquina do tempo de seu filme, Zemeckis topou com um carro de linhas futuristas e carroceria em aço inoxidável cujas únicas 8.583 unidades haviam sido fabricadas entre 1981 e 1983 por uma montadora americana na Irlanda do Norte. 


Hoje, o automóvel é peça de colecionador, especialmente entre fãs de "De Volta para o Futuro". É a bordo de um dos poucos modelos existentes no Brasil que circula pela Granja Viana (Grande São Paulo) o músico Luiz Schiavon, tecladista e fundador do RPM, outro símbolo dos anos 1980.

"Quem não gostaria de poder voltar ao passado e modificar o próprio futuro?" Assim começava, em 1985, uma crítica publicada pela "Ilustrada" sobre a estreia no país do filme "De Volta para o Futuro", de Robert Zemeckis. A trintona comédia de viagem no tempo está de volta aos cinemas em três sessões especiais a partir de sábado (28), em 54 salas brasileiras. O ano de 2015 também é aquele para o qual viaja Marty McFly (Michael J. Fox) no segundo filme da trilogia, de 1989, o que tem gerado na internet comparações entre as previsões futuristas do filme e o que de fato se cumpriu: a start-up Hendo anunciou skates que flutuam por alguns minutos, e a Nike informa que sai nos próximos meses o tênis que se amarra sozinho.

"De Volta para o Futuro" narra a viagem, dos anos 1980 para os 1950, de McFly, graças a uma engenhoca criada pelo cientista maluco Emmett Brown (Christopher Lloyd). No passado, o protagonista tem de assegurar que seus pais, então colegiais, fiquem juntos e ainda se desvencilhar das investidas amorosas de sua futura mãe, que desconhece a verdadeira identidade dele. O filme fez a fama de Michael J. Fox, ator canadense então com 24 anos e mais conhecido por seus papéis na TV, e trouxe no elenco Lea Thompson, figurinha fácil nas produções teen da década de 80, como a mãe de McFly. Para o papel do cientista Emmett Brown, foi escalado Christopher Lloyd, que desde "Um Estranho no Ninho" (1975) se notabilizou pelo portfólio de personagens esquisitos.

Fox continuou na ativa, mas o mal de Parkinson, diagnosticado em 1991, prejudicou sua carreira e o fez interromper a série "Spin City" (1996-2002), que ele protagonizava. Thompson foi para a TV nos anos 1990 e alternou participações em filmes de Clint Eastwood ("J. Edgar", 2011) e no filme-catástrofe "O Apocalipse" (2014). Lloyd seguiu interpretando tipos bizarros e reprisou o doutor Brown na comédia faroeste "Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola" (2014). Thomas F. Wilson, o eterno antagonista Biff Tannen da trilogia, continuou atuando, dublou personagens do desenho "Bob Esponja" e se descreve como alguém que "transcendeu as limitações da celebridade pop para se tornar um artista honesto e sério": além de atuar, fotografa, canta, pinta e desenha.
Filme mais visto em 1985 –rendeu US$ 381 milhões na época–, ganhou duas continuações (a última em 1990) e status de cult: chegou a ser citado em discurso do ex-presidente Ronald Reagan, fã declarado do filme, e aparece em listas de melhores longas da história de veículos como o jornal "The New York Times" e a revista britânica "Empire". No ano passado, Zemeckis anunciou que pretende transformar a história numa peça musical para estrear nos palcos londrinos ainda em 2015.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/