Dioy Palonne Minha entrada oficial para a banda só veio depois da primeira música que toquei com eles, Loiras Geladas. Depois de três minutos e meio, já me deram boas-vindas"
O convite para entrar na banda surgiu ainda este ano, após um show do Carrão de Gás com o guitarrista do RPM, Fernando Deluqui. "Conheci o Nando pelo Carrão de Gás em São Paulo entre 2005 e 2006. Nossa assessora de imprensa era muito amiga dele e da esposa e ele conheceu nossa banda, curtiu e acabamos marcando de se conhecer em um show nosso em São Paulo. Acabou sendo muito legal, o Nando subiu no palco, deu uma canja e saiu um baita som. Rolou uma empatia absurda, musical e pessoal, entre eu e ele. Dali para frente mantivemos contato.
O que aconteceu de verdade é que no começo de 2018, o Léo não pode comparecer a uma data do Carrão e a gente não podia desmarcar o show. Fazia tempo que eu não via o Nando. Dei uma ligada para ele e convidei para tocar no show, o que ele topou na hora porque estava tranquilo naquele final de semana.
Então ele veio e foi tão legal que ele ficou com isso na cabeça. Ao fim do show, eu ficava falando para ele que o RPM tinha que voltar, que não podiam ficar parados, que o rock precisava deles, estava carente demais para uma banda dessa magnitude ficar parada.
Era um desperdício absurdo e eu queria que eles se arrumassem. Depois de um mês eu recebi um telefonema dele me chamando para ir até São Paulo conversar. Não imaginava de jeito nenhum, mas ele me convidou para fazer parte da nova formação.
Eu não conhecia o restante da banda, conheci depois de um primeiro papo com o Nando. Quando contei para a minha esposa, meus pais, todo mundo apoiou e disse que era uma oportunidade única e que a hora era agora. Já dentro do estúdio acabei conhecendo o Luiz e o PA. Acabamos ensaiando e foi algo mágico.
Minha entrada oficial para a banda só veio depois da primeira música que toquei com eles, Loiras Geladas. Depois de três minutos e meio, já me deram boas-vindas", comentou.
"Eu nunca imaginei que ia ter uma oportunidade em uma banda desse tipo. Eu queria desenvolver minha própria banda, porque não acreditava que pudesse fazer parte de algo dessa forma. Mas se tivesse que ser uma banda, eu queria que fosse o RPM, porque tem tudo a ver com meu estilo, meu jeito, a forma como eu encaro a música, como eles encaram as gravações, como queriam soar gringos, diferentes, melhores, mais sofisticados.
O RPM tem um som único, tem um polimento diferente, as letras não são 100% políticas, mas tem amor, política, um pouco de violência, subversão e um pouco do lado sombrio.
"Durante minha infância, estive envolvido em todo aquele movimento musical, uma geração que respirava rock. Rock in Rio acontecendo, um monte de banda nacional estourando, rock no rádio o tempo todo. Foi aí que o RPM explodiu com o disco Rádio Pirata, em 1986. Inevitavelmente eu também descobri o RPM na rádio. Em determinado momento, a cada 10 músicas que tocava, quatro eram do RPM. Os caras conseguiram, em um disco ao vivo, emplacar quase que 80%. Hoje isso parece impossível, mas o RPM é um fenômeno, a maior banda de rock da história do Brasil por tudo que representou", contou.
"No Natal de 1986 ganhei o disco Rádio Pirata. Acho que todo mundo tinha esse álbum. Esse disco era O disco de rock nessa época. Ganhei e adorei. Nessa época eu ainda arranhava na guitarra e adorava escutar. Rolava muito bailinho e sempre tocava o disco Rádio Pirata inteiro. É a trilha sonora da minha infância. Eu amava Alvorada Voraz, ainda adoro. É sempre muito importante para mim tocar ela. Não é minha música favorita, hoje eu gosto de Sob a Luz do Sol, do primeiro disco. Tem uma batida diferente, uma letra bacana, me identifico muito com essa coisa de letra porque me lembra muito minha juventude. Quando o Carrão estava no auge, era aquela coisa de dormir quase nada, não comer nada, tocar para caramba, beber até cair e viver sabe Deus do quê. Mas era uma energia que vem do Rock n Roll e essa música é isso. Eu amo o repertório do RPM desde sempre", continuou.