O novo RPM, mais rock com muita guitarra e teclados mais equilibrados, às vezes mais sujos.
A guitarra aparece no front, como esteve poucas vezes. Os teclados, que já reinaram em tempos progressivos, vêm mais equilibrados, às vezes mais sujos, outras em funções de sustentação dos solos. Mas ainda mostra nostalgia e se ergue nos timbres monumentais dos eletrônicos anos 1980.
Sem Paulo Ricardo, o novo integrante é o vocalista e baixista Dioy Palone, que assume o baixo e divide a frente do palco e os vocais com o guitarrista Fernando Deluqui.
Há uma sujeira roqueira também nos vocais, que submergem de uma massa criada por baixo e bateria bem gravadas, de brilho e pegada forte. São ainda duas canções de um projeto de disco que deve ganhar os palcos antes, mas o caminho já parece ter se imposto, mudando a rota sonora de um dos mais fortes DNAs surgidos no rock nacional pós ditadura chamado RPM.Sem Paulo Ricardo, o novo integrante é o vocalista e baixista Dioy Palone, que assume o baixo e divide a frente do palco e os vocais com o guitarrista Fernando Deluqui. Dioy, que pertencia ao grupo Carrão de Gás, foi recrutado por Deluqui depois de um show que fizeram juntos em São Carlos, no interior de São Paulo, em 2017. De volta a São Paulo, sugeriu o nome aos outros remanescentes, o tecladista Luis Schiavon e o baterista PA.
Fernando Deluqui “Tínhamos um contrato, a previsão era de que seguíssemos por mais um ou dois anos.”
Deluqui conta que o rompimento com Paulo Ricardo se deu a partir de uma decisão do cantor. Depois de um show em um navio de cruzeiro, no litoral rumo a Santa Catarina, em 2017, o guitarrista lembra de que foi até a cabine do colega tentar convencê-lo de que a banda deveria continuar. “Tínhamos um contrato, a previsão era de que seguíssemos por mais um ou dois anos.” Com a negativa de Paulo, os três (Deluqui, PA e Schiavon) decidiram seguir em frente. “Combinamos refazer o RPM sem ele”. As partes foram então parar na Justiça. “Ele registrou o nome sozinho em 2004, mas deveria ter colocado a marca no nome dos quatro integrantes”, diz Deluqui.
Deluqui diz que ele e seus amigos estão respaldados juridicamente para usarem o nome RPM mesmo sem a presença de Paulo. “De acordo com a última decisão judicial, nós três podemos usar a marca”.
Enquanto os papéis correm, a nova formação do RPM pode surpreender, com um disco novo em fase inicial, a música passa por uma revigorada que não se viu em retornos anteriores.
Luiz Schiavon “Estamos mais coesos”, diz Schiavon. “Sei que a palavra está desgastada, mas sinto a banda mais orgânica.
“Estamos mais coesos”, diz Schiavon. “Sei que a palavra está desgastada, mas sinto a banda mais orgânica. E o Nando (Deluqui) está tocando muito.” “A segunda mudança”, ele diz “está no convívio. Dioy é um gentleman, cheio de delicadeza, inteligente. Isso deu uma estabilizada emocional maior ao grupo, algo que nunca tivemos. Nunca soubemos qual seria o próximo chilique”, ele fala.
Não queremos mais ter um líder”, diz Deluqui.
A nova formação quer evitar um frontman único, dizem os integrantes. “Não queremos mais ter um líder”, diz Deluqui. Ele tem dividido vocais das músicas novas e de clássicos do RPM com o novo integrante, como mostra um vídeo no YouTube gravado durante um show em Ilha Bela, no litoral de São Paulo.Paulo segue com um novo show, Paulo Ricardo – Sex on the Beach. O repertório vai incluir uma homenagem a Cazuza e algumas inéditas. Os clássicos do RPM continuam garantindo os melhores momentos de seu show.
Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,banda-rpm-volta-a-compor-sem-paulo-ricardo-apos-disputa-judicial,70002610729