RPM A Estratégia Do Caos

RPM A Estratégia do Caos.  


A superfície aparente do olhar
Esconde um mar de lágrimas e estórias
De onde sereias parecem chamar
Há no ar, num ato qualquer
Um certo temor
Num segundo passa por nós talvez o amor

No pensamento em cavernas sem luz
Morcegos vêm e voam entre gritos
Antecipando a estratégia do caos
Há no ar, um ato qualquer um certo temor
Num segundo passa por nós talvez, o amor

Feito um pôr de sol em mim
Feito a vida chegando ao fim
Há um fim?




RPM ou Quatro Coiotes tem várias canções boas que, pelo fato do disco ter fracassado em vendas (“apenas” 250 mil cópias, marca ínfima para um multivendedor como o grupo) e ter ganho a fama de “difícil”, suas músicas ficaram com uma simpática aura cult.


Quatro Coiotes, que abre os trabalhos, é misteriosa, com vozerio indistinto antecedento uma melodia com teclados e algum groove, mas com a letra mixada no meio do instrumental, tornando praticamente impossível acompanhá-la sem o encarte.


Fez relativo sucesso nas rádios. Partners, com arranjo de metais em brasa, também se constituiu single e chegou a ser tocada no Cassino do Chacrinha.


Dália Negra, cheia de guitarrias e andamento rápido, também é legal. Um Caso De Amor Assim começava abruptamente, com guitarrinha marcante de Deluqui e letra acima da média de Paulo Ricardo.

Outra aposta ousada foi colocar Bezerra da Silva para duetar com PR em O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza, que poderia ser bem melhor.

Depois deste disco, Paulo Ricardo e seus amigos do RPM ainda transitariam pelas paradas de sucesso, ora juntos, ora em trabalhos solo, algumas vezes sob a marca da banda. O vocalista teve uma carreira em que chegou a encarnar um ídolo romântico brega – momento em que fez mais sucesso depois do RPM – mas também durou pouco.


RPM/Quatro Coiotes foi editado em CD apenas na caixa RPM 25 Anos de Revolução e teve algumas de suas músicas lançadas em coletâneas ao longo das décadas de 90 e 00, todas fora de catálogo.