35 anos depois são os fãs que tentam manter viva a chama de uma revolução que se acendeu em 1984 e que se apagou ao longo dos anos.
Agora um novo capítulo acrescenta a essa história sem fim,
lutas na justiça, separações, reviravoltas, são elementos comuns entre todos
nós que seguimos a banda por muitos anos.
Não estamos aqui para discernir quem está certo e quem está
errado, pode-se dizer que ambas as partes têm uma verdade.
A realidade é que os 4 membros com suas ações tentaram matar
o grupo e ele ainda está vivo. Ainda é válido entre os fãs que acompanham o
grupo, o legado deixado por suas músicas é a única coisa que mantém o RPM vivo.
Em 35 anos de carreira, são mais anos de separação do que de
trabalho em conjunto, e essas ações desgastaram sua imagem ao longo dos anos.
Nos anos 80 era sem dúvida a banda de maior sucesso, e para
quem não se lembra de Paulo Ricardo naquela época, ele estava no mesmo nível de
Renato Russo e Cazuza, se hoje não está naquele lugar é por causa do desgaste
que sua imagem gerou em todo esse tempo, mas isso é matéria para outra nota.
Ao falar da história do rock nacional, bandas como
Paralamas, Capital Inicial, Titas, Legión Urbana ocupam um lugar mais
importante que o RPM, quando no auge eram grupos que estavam no mesmo nível ou
um degrau abaixo.
A separação em 1989 deveu-se ao desgaste daqueles 5 anos de
superexposição, embora tenha sido um erro, mas não o mais grave de todos.
O maior erro de RPM foi em 2003.
Acho que o maior erro de RPM foi em 2003, quando aconteceu a
segunda grande divisão.
Com a obra MTV 2002,
toda a maquinária que havia se desdobrado com a volta do show rock, no sentido
de ver como se daria o RPM no mercado fonográfico, depois daquele “revival” dos
anos 80, com o sucesso da Capital, do Kid Abelha, etc.
O grupo estava mais maduro, tinha a mídia e a MTV à
disposição, recebeu um grande presente da TV Globo com a possibilidade de ser o
interprete de “Vida Real”, tema de abertura do maior hit televisivo do momento,
o BBB .
Foram muitos shows, eles agregaram muitos novos seguidores
que não viviam a febre desse gênero nos anos 80, era o momento ideal.
Mas aí veio o problema, Paulo Ricardo queria agregar um novo
som ao RPM e trazê-lo de volta aos anos 2000, quando Luiz e Deluqui se sentiam
mais à vontade com a linguagem clássica da banda.
Quem seguia o RPM queria o clássico, Paulo Ricardo depois,
em entrevista em 2007, reconheceu esse erro, “um novo RPM era como querer
inventar a coca cola verde”.
Infelizmente anos depois ele insistiu em fazer do grupo uma
banda mais techno, foi daí que surgiu a Elektra, um trabalho bem diferente do
que esperávamos.
Em 2003 havia o problema do registro da marca, que
aparentemente havia sido solucionado em 2007, mas sendo 2021 tudo continua
igual.
Formação original
Sem o seu vocalista, é verdade que o RPM perde um pouco da
sua magia, de tudo o que a formação original representa.
Mas é claro que Luiz Schiavon e Fernando Deluqui têm todo o
direito de usar uma marca da qual foram parte muito importante, esta claro que Paulo
Ricardo prefere continuar a carreira solo.
Muitos fãs aprovamos esta nova formação, embora a mídia em
geral estranhe um RPM sem Paulo Ricardo.
Deixamos para vocês algumas das notas que os membros da banda com suas visões sobre o conflito.
Cada um tire suas conclusões.