“Vai tocar aqui mesmo, chê! Vai tocar ou então vai morrer!”
O show não foi dos mais tranquilos. Foi um dia de muita chuva na cidade, a banda chegou atrasada e foi direto passar o som. Ao chegar ao estádio, além da chuva, tiveram a surpresa de que o equipamento de som não era dos melhores.
“Acho que faltava um amplificador de baixo e mais algumas coisas”, lembra Luiz Schiavon.
Paulo Ricardo reclamou da qualidade do som e disse que não iria fazer o show. Mesmo com os pedidos até certo ponto educados do dono da feira, uma especie de sinhozinho gaúcho, Paulo Ricardo estava irredutível.
Porém, com a insistência do vocalista do RPM em não fazer o show, o dono da festa foi um pouco mais enfático: “Vai tocar aqui mesmo, chê! Vai tocar ou então vai morrer!”, disse o contratante, colocando uma arma na mesa, recorda Aguiberto.
“Tinha chovido muito. Faltavam uns equipamentos, mas tivemos de fazer o show. O cara botou um revólver na mesa e aí ficou fácil. Fomos tocar”, lembra Luiz.”
Trecho do livro Revelações por minuto – Marcelo Leite de Moraes.