Virada Cultural - No caminho de volta ao túnel do tempo.
A programação da Virada Cultural no palco Júlio Prestes, "o palco do rock and roll", como anunciava efusivamente o apresentador entre os shows, foi encerrada pelo RPM, uma banda que tem ligação estreita com a explosão do rock nacional no início da década de 80
Provavelmente tentando demonstrar que não se prendem à sonoridade daqueles tempos dourados, a banda iniciou o show com "Vida Real", o indefectível tema de abertura do reality show Big Brother Brasil, e emendou com a inédita "Crepúsculo", faixa levada por uma batida eletrônica altamente dançante, do novo disco "Elektra".
Mas a plateia que agradecia a retirada do sol escaldante na capital paulista queria sentir o cheiro de naftalina exalado pelos antigos hits da banda de Paulo Ricardo, que vestia uma pesada jaqueta, daquelas feitas para enfrentar inverno londrino, e foi prontamente atendida com a dobradinha composta por "Louras Geladas" e "A Cruz e a Espada" (essa com uma leve menção a "Beatiful Girl" do INXS), ambas do primeiro álbum do grupo, Revoluções Por Minuto, de 1985.
A multidão de aproximadamente 100 mil pessoas que tomou completamente o largo da praça Júlio Prestes entrou em um transe de histeria muito próximo aos causados pela banda nas apresentações do começo da carreira.
Talvez para conter um pouco os ânimos, a banda diminuiu o ritmo com duas covers, uma de "London, London", de Caetano Veloso, e outra de "Flores Astrais", do Secos e Molhados.
Mas a retomada do frenesi foi promovida pela trinca "Alvorada Voraz", "A Fúria do Sexo Frágil Contra o Dragão da Maldade" e "Rádio Pirata", depois chegou "Olhar 43".
RPM de volta no túnel do tempo.