O dia em que Paulo Ricardo pagou US$ 20.000 a um hospital nos Estados Unidos, para salvar a vida do Paulo Pagni baterista do RPM

 Nós tínhamos uns US$ 50 mil ali na mão! O Paulo falou para me botar no melhor quarto com o melhor médico!


A banda RPM recebeu convite da gravadora para ficar uma semana em Los Angeles antes da mixagem do álbum "Quatro Coiotes", que seria naquela cidade. Em entrevista ao canal Vitrola Verde, o saudoso baterista Paulo Pagni se recordou do perrengue que passou naquela ocasião

"Nós mixamos o ‘Quatro Coiotes’ em Los Angeles. O sucesso era tanto que a gravadora bancava tudo. Falaram para irmos uma semana antes para ficar curtindo a cidade antes. 

No final, eu e o Paulo Ricardo fomos porque os outros estavam casados. Os percussionistas e backing vocals eram os mesmos do ‘Thriller’, do Michael Jackson. Tínhamos grana, sabe?

Aceitamos a viagem e pegamos o voo da primeira classe da Varig. Cheguei na sala VIP do aeroporto e já comecei a beber champagne e Jack Daniel 's. Tinha uma escala em Lima, no Peru. 

Comecei a sentir uma dor muito forte. Passei muito mal. Descemos lá no Peru e eu estava com pancreatite. É tipo cálculo renal. Eu disse que achava que estava morrendo e o Paulo concordou. Ele estava bêbado! Eu falei que ia para um hospital, estava precisando de cuidado urgente. Perguntamos para o comandante se tinha algum médico no voo, mas não tinha. O comandante disse que se nós descermos ali, seria complicado, porque o lugar estava com toque de recolher. 

Eles iriam me operar errado, era o pior país do mundo para isso. Ele aconselhou esperar chegar em Los Angeles, que era o melhor lugar para isso. Foram as horas mais longas da minha vida. Eles me deram remédio para dor, mas eu vomitei tudo. 

Chegamos nos EUA e passamos pela imigração, segurei a onda como se nada estivesse acontecendo. Pegamos uma van da gravadora e o cara do hotel depois me levou para o hospital. Era o melhor hospital do mundo! 

Fui ao pronto-socorro e o cara me atendeu na hora. O Paulo me contou que a enfermeira disse que talvez não pudéssemos ficar ali. Estávamos com roupa rasgada e tal. 

A mulher disse que precisava pagar US$ 20 mil dólares de adiantamento. Nós tínhamos uns US$ 50 mil ali na mão! O Paulo falou para me botar no melhor quarto com o melhor médico! Fui para o melhor quarto e fiquei 7 dias ali. Não era uma pancreatite aguda, mas fiquei viajando na morfina. 

Meu tratamento foi soro com remédios para dor. Não desejo para ninguém essa dor. Ficava vendo comercial de comida na TV. Me deram alta e falaram para eu não beber mais. 

O que tinha me ferrado era o álcool. Aí minha primeira comida era uma gelatininha pequena! O cara estava louco! O Paulo foi me buscar com o carro e no caminho falei para parar numa lanchonete. 

Comi um hambúrguer! Não aguentei. Mas eu parei de beber", concluiu.