O lançamento do álbum Revoluções por Minuto em 1985

O lançamento do álbum Revoluções por Minuto - Episódio 3



O álbum Revoluções por Minuto foi lançado pela CBS em maio de 1985, contém 11 músicas e a produção ficou por conta do Luiz Carlos Maluly, se tornaria uma espécie de álbum duplo com o lançamento do rádio pirata ao vivo em 1986.


A capa do álbum foi feita pelo Alex Flemming, amigo do tecladista Luiz Schiavon, que a partir da foto original (tirada por Rui Mendes), criou fotolitos e serigrafias para compor a imagem final. As linhas que aparecem ao longo da imagem são fósforos embebidos em tinta. O nome da banda aparece em uma fonte original, que eles adotaram dali em diante.

Um fato curioso foi que o baterista Paulo Pagni, é o único integrante que ficou de fora da foto, a decisão foi fruto em parte de uma revolta dos membros contra os bateristas após Charles Gaván trocar o RPM pelos Titãs.

O Paulo Pagni só aparece como convidado e com uma foto pequena no encarte interno do LP.

No final de 1984, e quase simultaneamente ao lançamento da coletânea Rock wave, a CBS resolveu lançar um compacto com duas músicas do RPM.

“Louras geladas” e “Revoluções por minuto”, esta última foi censurada pela nova república. A música teve sua execução pública proibida, em função da frase “aqui na esquina cheiram cola”.

Quando a música “Louras geladas” estourou nas danceterias e começou a tocar nas rádios, a banda começou a receber convites para shows e apresentações por todo o Brasil.

Em janeiro de 1985, pouco antes da continuação das gravações do primeiro LP e dos shows, o RPM já contava com um novo baterista. Convidado por Luiz Schiavon, Paulo Antônio Pagni, o P.A. , assume a bateria do RPM. Daquele momento em diante, começaram a ensaiar todos os dias, passando o repertório para o novo baterista.

Um mês depois da contratação do novo baterista, o RPM voltava aos estúdios Transamérica para a continuação da gravação do LP Revoluções por minuto.

Das onze músicas do LP, apenas uma não era assinada pela dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon — a faixa “Sob a luz do sol”, que também tinha a assinatura de Fernando Deluqui.

Relembra Paulo Ricardo, “Eu cheguei com a música e a letra prontas. Todo mundo gostou, mas o Nando fez um riff de guitarra que deu um algo mais à música. Isso mudou a música, eu e o Luiz achamos que ele deveria assinar a música também”.

Paulo Ricardo e Luiz Schiavon tinham um acordo nos moldes de Lennon & McCartney, ou Roberto & Erasmo: independentemente de quem compusesse as músicas ou escrevesse as letras, a dupla receberia os créditos. As letras se originavam com Paulo, Luiz cuidava de toda a parte harmônica, e a melodia era composta pelos dois: “Temos uma química, eu e o Luiz, e isso realmente funcionou por um tempo”, comentou Paulo Ricardo no livro.

No dia 3 de maio de 1985 o RPM fez um show no Noites Cariocas. Foi o primeiro show do Paulo Pagni na bateria da banda.

Nesse dia caiu uma verdadeira tempestade que desabou sobre o Rio de Janeiro.

Dentre as pessoas que tiveram coragem de subir o morro da Urca para assistir ao RPM, somente dezesseis eram pagantes, os demais eram os chamados formadores de opinião — jornalistas, radialistas, diretores de gravadoras, entre eles Ezequiel Neves, Tomaz Munhoz, Marcos Maynard, além de músicos, como Cazuza e Ney Matogrosso. Estava presente também uma TV francesa, gravando um especial sobre o rock brasileiro chamado Les Enfants du Rock, sobre as bandas do underground.

No mês de maio de 1985, foi lançado o tão esperado LP Revoluções por minuto.

Por contrato, o RPM tinha liberdade na execução e produção de tudo o que se relacionasse com o disco, a capa também foi uma opção da banda. Tomaz Munoz não gostou da capa apresentada. Achava que venderia menos em função da foto escolhida.

Segundo Marcos Maynard, a expectativa da gravadora para as vendas de Revoluções por minuto era de 50 mil cópias — que já pagariam os custos de produção e ainda seria um grande negócio. Vendeu dez vezes mais. O show de lançamento foi na Pool Music Hall, em São Paulo. Coincidentemente, foi um dos últimos shows da casa noturna, que fecharia as portas pouco tempo depois.

O disco ultrapassaria o milhão de cópias tempo depois, e continua vendendo até hoje. É o segundo álbum mais vendido da história da banda, depois do Rádio Pirata ao vivo.


O trabalho de divulgação foi acompanhado pela criação de diversos videoclipes, entre eles o primeiro, da música Louras Geladas, depois veio o clipe da música Rádio Pirata gravado no porto de Santos, e posteriormente o do Olhar 43. Por incrível que pareça, uma das músicas de trabalho que dá nome ao álbum, a faixa Revoluções por Minuto, não teve seu videoclipe.

1985 foi o ano em que o RPM chegou ao sucesso, o álbum Revoluções por minuto foi lançado no momento em que tocava nas rádios o mix promocional de Louras geladas, depois de fazer grande sucesso nas danceterias. Já estava entre os mais solicitados em todas as rádios do país.